O Rafinha, sobrinho da Cleide, tem seis anos.
- Aquele desgraçadinho tem medo do escuro. Isso é normal, né? - A Cleide perguntou para mim.
Respondi que isso era normal. Até completei que eu, nessa idade, também nutria um certo medo do escuro. Apenas não disse que eu imaginava o escuro como o lar de criaturas lovecraftianas porque já sou considerado estranho pelos vizinhos. Falando isso, aí é que eles terão certeza.
- O medo do escuro, por incrível que pareça, poderá até estimular a criatividade do guri. - Eu disse. Apenas não concluí dizendo que esse foi um dos motivos que me levou para a literatura para não preocupar a coitada.
- Vá que o infante enverede para esse caminho de choro e ranger de dentes, o atalho mais curto para a pobreza. - Eu pensei lembrando de mim, que já não temo mais o escuro...
domingo, 25 de maio de 2025
Escuridão
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